Sempre tive preferência ao isolamento. Gostava de
ficar num canto com meus livros e não conversar com ninguém, como se as pessoas
fossem os monstros em baixo da cama de quem sempre tive medo. Tudo era motivo
para querer ficar longe do convívio social. O mundo me assustava mais a cada
dia. Pessoas novas não eram tão bem vindas assim. Não gostava de jogar conversa fora e preferia estar com alguém que nunca
mentiria ou me enganaria. Mas sabe, as pessoas não são tudo isso, não são
perfeitas. E se realmente fossem, qual seria a graça? Não se pode esperar de alguém
algo que nem você próprio faz direito. Aprendi da forma mais difícil a aceitar
que estou num mundo onde não sou única. Há outras pessoas por aí e não são
todas más, na verdade, na maior parte são boas. Aprendi a guardar meus segredos
para quem realmente mereça escutar e por mais que nem todos meus amigos saibam
tudo sobre mim, aprendi a cultivá-los. A vida não seria completa sem alguém
para te fazer dar risadas exageradas, alguém com quem se possa compartilhar uma
brincadeira sem segundas intenções ou constrangimentos. Não deixei de gostar do
meu cantinho isolado, nem dos meus livros com paraísos paralelos mas aprendi a
dividir os momentos da minha vida. A gente precisa sim ter um tempo para si.
Mas também necessita de alguém para nos fazer sorrir.
- Gabrielle Roveda
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