07 agosto 2014

Inevitável não lembrar de você


Já parei para colocar os pensamentos no lugar, rever meus sentimentos e questionar-me sobre tudo. Nada adiantou. Sinto a sua falta, isso é inevitável. Eu coloco a nossa música para tocar e naquela suave melodia me entrego às lembranças. Nunca acreditei tanto em amor, não até conhecer você. Me diziam que as despedidas eram a pior parte e também que nada poderia doer mais que a saudade. Naquele tempo não parecia ser tão sério, afinal, eu tinha você por perto. Hoje você está longe, mas não falo de distância. Está aí e eu, aqui. Nossos corações que se aqueciam são divididos por uma camada espessa de gelo que acumulou-se com o apagar das chamas entre nós. Nós? Que bobagem, essa palavra já não existe no novo vocabulário. As lembranças acendem a qualquer momento, não peço para que apareçam, não quero só o que sobrou. É impossível encontrar algo que não faça meu pensamento recuar, não há distração que queira me deixar longe de você. Quando penso em escrever lembro do quanto você gostava de ler tudo, sempre. Quando penso em passar um tempo ao piano lembro de você me ensinando tocar November Rain. Quando penso em desenhar lembro dos seus pequenos roubos de desenhos. Quando penso em ler lembro que dentre tantos livros que quero ler, exatamente os que você me deu são os mais desejados. Não dá para continuar dessa forma, já tentei concertar, você sabe. Não funcionou. As lágrimas são prisioneiras do meu olhar marejado quando lhe vejo. Se pudesse correria ao seu encontro, com toda a intimidade, lhe envolveria em um abraço tão sincero e roubaria o aroma do seu perfume para guardar a mais recente memória sua. Não encontro uma forma de mudar os rumos, não sei quais são seus planos e não pretendo atrapalhá-los. Não faço mais parte da sua vida por minha culpa mas vejo que hoje aprova minha escolha. Quanto aos meus textos, espero que um dia encontre um tempo para ler sobre você. Quanto ao piano, espero que um dia ao tocar November Rain lembre das suas mãos conduzindo as minhas, pois eu lembrarei. Quanto aos desenhos, não deixarei mais ninguém roubá-los de mim. E quanto aos livros, encontrarei em cada história um pouco da que vivenciamos. Inevitável não lembrar de você. 

- Gabrielle Roveda



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