Hoje o dia amanheceu gelado e mais uma vez, a vontade de permanecer para sempre no canto quentinho da cama bateu. Não pude abraçar os cobertores, enfiar a cara no travesseiro e pedir mais cinco minutos, fui obrigada a levantar e encarar o dia.
O sol clareava o mundo lá fora e trazia uma certa luminosidade interior, típica numa manhã de início de inverno. Como se aqueles simples raios iluminassem o gelo formado em meu interior. O café logo cedo exalava vapor, estava tão quente que por um momento imaginei que meu corpo havia aquecido tanto quanto no primeiro gole.
Os pés não esquentaram com as botas, os dedos das mãos continuaram gelados mesmo com a luva e o cachecol não trouxe calmaria ao meu coração. Os dias seguem assim e as lágrimas doem cada vez mais ao caírem.
O inverno insiste em permanecer comigo pelas quatro estações, acho que acabarei acostumando com o sopro fino e úmido do vento ao sair de casa. As flores foram embora com a primavera, a felicidade do verão e as histórias levadas com o vento doce do outono também, o que restou foram as lembranças congeladas da época onde mais nos amávamos. O que restou foi a neve derretida do lado de fora da janela e o brilho do primeiro raio solar atingindo as gotas que sobram na folhagem.
Hoje o dia amanheceu gelado e mais uma vez não consegui aquecer nem os pés, nem o coração. Por favor, que amanhã o dia amanheça primavera e me descongele.
O sol clareava o mundo lá fora e trazia uma certa luminosidade interior, típica numa manhã de início de inverno. Como se aqueles simples raios iluminassem o gelo formado em meu interior. O café logo cedo exalava vapor, estava tão quente que por um momento imaginei que meu corpo havia aquecido tanto quanto no primeiro gole.
Os pés não esquentaram com as botas, os dedos das mãos continuaram gelados mesmo com a luva e o cachecol não trouxe calmaria ao meu coração. Os dias seguem assim e as lágrimas doem cada vez mais ao caírem.
O inverno insiste em permanecer comigo pelas quatro estações, acho que acabarei acostumando com o sopro fino e úmido do vento ao sair de casa. As flores foram embora com a primavera, a felicidade do verão e as histórias levadas com o vento doce do outono também, o que restou foram as lembranças congeladas da época onde mais nos amávamos. O que restou foi a neve derretida do lado de fora da janela e o brilho do primeiro raio solar atingindo as gotas que sobram na folhagem.
Hoje o dia amanheceu gelado e mais uma vez não consegui aquecer nem os pés, nem o coração. Por favor, que amanhã o dia amanheça primavera e me descongele.
- Gabrielle Roveda
Estou imprimindo seu texto e colando na minha testa. Gente. Que maravilhoso! Sério, não sei quantas vezes me senti/sinto assim; uma pedra de gelo que, independente do que faça a respeito, é incapaz de se descongelar sozinha. É difícil. A gente luta no escuro contra algo que, sem sabermos, está dentro de nós. O texto tá incrível! Um abraço <3 48janeiros
ResponderExcluirQue lindo ler isso! <3 Nem me fala, que o tempo fique ensolarado para nós logo! Obrigada flooor <3
ExcluirQue texto lindo!! <3
ResponderExcluirObrigada flor <3
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