10 janeiro 2020

TE FIZ MEU CÉU PARA PODER EM TI ORBITAR

Meu bem, tu mal sabe, mas o mundo se tornou tão meu quando te conheci.

Tu: um completo e irreversível universo inteiramente particular, uma incógnita cósmica.

O mundo se tornou pequeno perto das constelações que tu me trouxe pra desvendar. Logo comigo, astrônoma de caixa de pesquisa, marinheira de estrelas e ideias furadas, dona de razões duvidosas sobre tudo e qualquer coisa que o cérebro tenta inventar, tendo que decifrar teu código flutuando numa nave de vontade tua imersa no vácuo imaterial da saudade

Difícil manter a linha sem tripulação, complicado pra caramba pilotar entre a chuva de meteoros e emoções que teu caos me trouxe. Não tem âncora nesse mar de sensações que me faça querer parar de adentrar tua galáxia. Não há ventos no oco infinito do teu universo que me faça recuar. 

Eu, que tanto gosto de velejar na poesia de romantismos cafonas tive de ser razão pra te descobrir sem fantasias. Perdi o eixo de equilíbrio do meu planetinha esquecido, causei mudanças bruscas em toda minha via láctea plagiada, questionei a importância das minhas conversas com a lua e me aproximei do sol com a inocência de me aquecer sem me queimar.

Mas queimou, sabia? Até faísca eu vi quando tua pele na minha tocou, ardeu nervo por nervo onde o dissipar da tua energia pelo meu corpo passeou. E eu, como boa colecionadora de sensações, gostei do teu toque buraco negro que me sugou pra si. 

Você chegou como asteroide despencando na velocidade da luz em noites claras, desses que a gente confunde com estrela cadente e faz poesia pra alma. Destruiu meu mundinho no impacto da queda e me deu um novo lar no teu universo complexo, sem nem ter consciência dos fatos.

Te vi num céu de purpurina nessas noites calorosas enquanto trocava diálogos com a lua e me perguntava se de algum modo estava a admirar ela também. Esperando, talvez, que o brilho da grande pupila da noite pudesse, de alguma forma, conectar nosso olhar. 

Te fiz meu céu, em uma galáxia aleatória, num mundo novo onde nunca pude estar, te vejo em luares e constelações únicas, entre planetas e astros desconhecidos pelo "pesquisar" do meu Google para poder em ti, vez ou outra, orbitar.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja mais do que bem-vindo!

Não esqueça de voltar.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...