É que eu já não sei mais escrever sem ser sobre você.
Desaprendi qualquer outra escrita desde que te conheci.
As palavras só sabem me guiar ao teu encontro.
Tudo tem teu eu escancarado nas entrelinhas.
E eu já não sei mais ser poeta sem recitar teu nome.
Tudo acaba sendo você mesmo que nem seja sobre você.
Tu é meu bloqueio criativo.
As letras expressam o quanto meu eu só sabe transbordar você.
E infelizmente, meu eu poeta não mente.
É nos versos que te trago para perto.
É nas vírgulas que te faço eterno.
Mesmo que você já nem exista mais aqui.
E a distância seja pautada pela presença ofuscada.
Te gostar se tornou silencioso.
E esse nosso silêncio anda gritando cada vez mais alto aqui dentro.
Mas não posso gritar.
Então, te escrevo.
Como se no oculto a gente pudesse conversar.
Só que na poesia o grito é mudo,
E o eco é sempre lancinante.
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