QUEM ESCREVE

A verdade é que não sou fã de definições, mas isso pode ser apenas uma desculpa para fugir das limitações que palavras e rótulos podem me impor. 

Que seja...

Dizem que eu tenho alma de artista, confesso que ouço isso com muita muita frequencia, dizem que em meus olhos é possível ver a arte agindo e que mesmo que eu quisesse evitar o fardo não poderia.

Mas antes de dizer que sou artista, prefiro dizer que sou arteira, e sei que minha mãe diria o mesmo.

Cresci com a cara nos livros, aprendi a fazer arte em suas diversas manifestações muito cedo e desde então nunca quis parar de poder habitar outros mundos que não esse de uma forma tão mágica, através das palavras, da música e dos rabiscos.

Não por nada, mas saiba que nesse canto, um tanto íntimo demais, nessa conversa do meu eu mais intenso com o seu, você vai encontrar metáforas e quase que somente elas.

Muitas vezes incógnitas.

E me desculpe se eu parecer repetitiva alinhando o universo com as paranóias que me ocorrem ou mesmo encontrando melodia em qualquer letra perdida, é que eu tenho essa mania de expressar tudo misturado, talvez seja só como eu me enxergo... esse caos e bagunça.

...talvez nem faça valer o esforço em tentar entender.

A verdade é que construo mundos utópicos na minha mente conturbada como uma fuga para outro planeta onde eu me sinta confortável para existir, eu invento e reinvento órbitas e situações das quais talvez queira estar vivendo para fugir de uma realidade que às vezes sufoca.

É como viver no ópio, distante, desconectada, mas ainda assim ali.

E Plutão, planeta ou não, me parece uma boa fuga.

 

Gelado, distante, um tanto questionável, mas ainda assim pertencente.

Seja vem vindo ao Ópio Plutônico.

- Gabrielle Roveda.