Eu sei, pode parecer irônico o que vou dizer, mas não sou boa com palavras, não quando tenho que dar a elas alguma voz.
É por isso que na maior parte das vezes, eu me calo.
Talvez porque não queira expor minhas vulnerabilidades e ache correto enterrar em poemas um eu embriagado de sentimento que se manisfesta vez ou outra aqui dentro.
Um eu que não sei lidar sem intensidade.
Talvez seja só nas entrelinhas desses textos tão sem sal onde consiga te manter inato, te guardar aquecido apenas na memória para poder te recordar, vez ou outra, sem receios.
Mas, talvez eu tenha gostado da sensação de te gostar e esteja me autosabotando, afinal.
Ou talvez eu só esteja de passagem e queira ser intensidade mesmo assim.
Talvez eu esteja aqui para te gostar em silêncio e escrever clichês sobre o teu sorriso que só servirão pra lembrar teu nome quando revisitar cada verso que fiz pra ti.
Talvez tu me seja uma dádiva poética e nada mais que isso.
Ou talvez algum dia te conte como teu toque me borbulha por dentro, como teu beijo se encaixa com o meu sem esforço nenhum e que eu meio que amo tudo o que somos juntos.
Talvez eu esteja gostando mais do que devo da tua presença e sentindo demais por você sem nem perceber. Ou talvez eu só não queira admitir.
Talvez eu só não saiba como abandonar esse receio idiota em me entregar e viva dando desculpas para esse nosso nós não existir, neglicenciando o quanto te quero.
Talvez isso tudo seja apenas um devaneio indevido disfarçado de licença poética que não deveria ter buscado refúgio em poemas sem voz.
Talvez hoje seja a falta do teu beijo que me cause essa insônia criativa, eu não sei.
Talvez seja apenas essa idiota sensação nostálgica do teu abraço que me envolve inteira e do teu cheiro no meu travesseiro que me fazem sentir tua falta.
Talvez tudo isso pela manhã seja diferente...
Com sorte talvez você suma de vez e eu finalmente te esqueça.
Ou deixe de ser apenas um rascunho de poesia.
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