Querido futuro amor,
Não tenho pressa. Nem expectativas criadas.
Convém te avisar antes de te deixar entregar o ingresso para o carinha da portaria destacar sua metade e devolver como lembrança uns avisos de segurança: saiba que ao se aventurar nesse universo comicamente caótico não poderá confiar nem na veracidade das constelações para te guiar, vai por mim, nada provavelmente vá ser como você espera que seja. Esteja com a bússola da sua mente à postos para pé por pé saber caminhar por si.
Sei que ao juntar dois corações numa mútua síntese dos mais absurdos sentimentos se espera caminhar juntos, eu discordo, desculpe. Caminharemos lado a lado, não em sincronia. Eu com meu passo esquisito e você, provavelmente, com aquelas reboladinhas inevitáveis construindo a confiança de que mesmo à frente por centímetros ou pés trocados sempre estenderemos a mão um para o outro.
Eu sou mutável meu bem, uma nebulosa astronômica difusa. Não espero que entenda e nem quero que tente entender, não estou disponível para pessoas dicionário que tentam reduzir infinitos particulares à significados medíocres. Vivemos por quase um século e nem nossa própria mente entendemos, quem dirá decifrar o outro. Somos complexos demais, interessantes o suficiente para gerar diálogos por noites a fio sobre tudo e qualquer teoria existencial também.
Eu sou, no mais intenso do verbo e espero que seja também. Compreende?
Não chegue nem perto se for para ser superfície, sou oceano profundo, repleto de escuridões indecifradas e não quero dividir anseios com quem prefere nadar na beira.
Não chegue nem perto se for para ser superfície, sou oceano profundo, repleto de escuridões indecifradas e não quero dividir anseios com quem prefere nadar na beira.
Não estou a sua espera, mas se chegar, chegue completo, pois não sou feita metades para ninguém.
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