Leia ao som de All Of The Stars - Ed Sheeran |
O assovio fino do vento que rasga as horas vazias me faz lembrar de uma melodia que nunca tocou, da trilha sonora que só existe na minha cabeça e não tive coragem de deixar ir além. Eu cantaria pra você a nossa canção, a qual nem faz ideia que existe. Ao dedilhar acordes soltos no ar dividiria minha voz entrecortada com o som da tua respiração não importando as condições de afinação que minha garganta envergonhada me trouxessem.
Se não estivesse assim, tão longe, talvez pudesse me escutar.
Se não estivesse assim, tão longe, talvez pudesse me escutar.
Sabe, hoje eu vi uma estrela cadente e pensei em você, sei que não deveria. Sorri, involuntária e constantemente por alguns minutos te guardando fixo na lembrança junto à faísca que rasgou a tela negra pontilhada de brilhos à minha frente. Unifiquei meu desejo da sua presença àquela estrela caída, como se dessa maneira pudesse entrelaçar o teu universo ao meu só com o olhar.
Um mundo inteiro estendido diante do meu horizonte, mil luzes para me guiar, mas nenhuma podendo me levar até você. Minha solitude acompanhada do teu eu em pensamentos e um misto de receio e covardia em deixar o coração ultrapassar os limites dos meus mudos desabafos noturnos com a lua.
É insônia o que tua orquestra silenciosa me trás. Deixa incógnitas, brechas de vazio que me causam uma ansiedade lotada de uma euforia inquietante.
E eu corro ver o céu, porque ali eu sou menor que meu orgulho em evitar a gente. Eu corro pra um mundo maior do que minha confusão interna, nele eu fujo da insistência bipolar em te deixar saber que penso um pouco que demais em ti.
E eu corro ver o céu, porque ali eu sou menor que meu orgulho em evitar a gente. Eu corro pra um mundo maior do que minha confusão interna, nele eu fujo da insistência bipolar em te deixar saber que penso um pouco que demais em ti.
A verdade, moço, é que troco diálogos com a lua em noites como essa esperando que do outro lado você possa me escutar, esperando que as energias do universo me carreguem pro teu lado da cama no embalar do meu suspiro transbordado de uma saudade que não sei se é recíproca.
Você chegou como quem não quer nada, surgindo e desaparecendo quando bem entendia, e causou reviravoltas no meu pequeno universo particular. E agora? Como eu faço pra ajeitar tudo sozinha se a preguiça que me consome na verdade é só a manifestação da minha real vontade de deixar a tua bagunça se misturar com a minha?
Você está do outro lado desse horizonte, onde as luzes da cidade se perdem e as estrelas ganham formas, mas a distância não me parece ser só física, talvez também esteja a quilômetros do teu coração.
Eu posso ver as estrelas... me pergunto, você pode vê-las também?
Sei, não deveria te querer. Não nessa, nem em outras noites de estômagos estrelados, devia nublar essas sensações do meu cosmos interior pra evitar ver chuvas de meteoros... Não pense que não estou tentando.
Me diz, antes de ir embora mais uma vez, com teu jeito torto de compreender o mundo e esse sorriso desgraçado de bonito, como faz pra controlar uma constelação que surge de dentro e te transborda?
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