Desses cafonas que falam sobre paixão desapegada, mas que se apaixonam na primeira vírgula.
Do tipo que te entrelaça entre versos desconexos, confusos e um tanto sem sentido.
Desses que te pega e vira do avesso por meio de um português ultrapassado e a mistura de significados ambíguos.
Eu sou poema, entenda.
Essas artes meio libertárias, de gente que tá no mundo, mas parece viver bem longe. Numa outra galáxia qualquer.
Sou o feito desses maluco beleza que vivem mil vidas em estrofes mal elaboradas. Obra de lapsos insanos do cotidiano.
É, sou essas estrofes tortas.
Com letra faltando.
De poeta disléxico.
Em caneta colorida.
Com caligrafia duvidosa.
Sem linhas justificadas ou perfeitamente alinhadas.
Dessas estrofes que na pressa são transcritas em nota de supermercado.
No aplicativo de tarefas diárias.
Na contracapa do caderno.
Na folha da prova de biologia.
Estrofes essas borradas pela lágrima.
Ou por café extra forte.
E logo depois esquecidas.
Sou poesia e nada me tira esse termo.
Essa definição.
Porque entre minha vida e minha arte, sobra de mim, sempre tão pouco.
(Gabrielle Roveda)
Acabei de conhecer seu blog e estou simplesmente apaixonada! Que sorte encontrar seu cantinho. <3
ResponderExcluirAdorei essa definição. Também me sinto assim, feita de estrofes tortas.
Ahhh que linda! Fico muito muito feliz por saber disso, sorte é a minha por te ter como leitora! Obrigada pelo carinho! <3
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