Queria dizer o contrário, não te comparar com a utopia das milhões de cenas inimagináveis que minha mente criou, mas não posso negar que tu me foi exatamente isso:
Um quase.
Sabe quando a gente desce as escadas e a perna fraqueja como se deixasse de existir por miléssimos de segundos? Sobe aquele frio na barriga instantâneo e um medo crescente do degrau abaixo não estar onde o cérebro previu que estaria, mas aí o pé toca o chão e tudo volta a estabilizar?
Então só resta respirar fundo, acalmar os ânimos e pensar: ufa, essa foi por pouco!
... Tu é esse tipo de quase.
Um degrau que eu quase cai.
Onde quase perdi o chão.
Tu é o tipo de amor que quase aconteceu.
O lado bom dessa história é que não ralei nenhum joelho, muito menos quebrei a cara ou rolei escada abaixo, foi só um aviso prévio para que o frio na barriga não fosse encarado como borboletas no estômago.
O que é uma bela de uma droga, sabia? Pois, modéstia parte, seríamos um joelho ralado muito bonito. Se é que me entende.
Mas tu preferiu o quase, onde o espaço vago para o amor nas possibilidades deixou de ser infinito.
Preferiu chegar com tudo e não ser nada.
Se aproximar com um começo planejado e um final pré determinado, me deixando a mercê de meios tão vazios que nunca soube bem como preencher.
No fim, acabei preenchendo do meu jeito.
Com minhas histórias mal contadas, meus clichês insuportáveis e uma vontade mitigada de te amar em pedaços.
Como se pudesse ter controle do frio na barriga que os danos desses teus vazios sem roteiro iriam me causar.
Não tive.
Quase me perdi nesse teu quase.
Pisei em falso, mas recuperei a estabilidade.
Talvez, na próxima, eu deva tropeçar em ti de vez.
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