Não foi intencional, eu juro.
Pode mesmo não fazer sentido, mas toda a imensidão perdeu a cor diante da lembrança do teu olhar moreno. Talvez a verdade seja que cor nenhuma consegue superar o brilho que tu trás aí dentro.
Coração é mesmo involuntário, né? Tenho culpa não de ele me levar a ti sem eu ter que mover meus benditos pés dessa areia macia, é que distancia nenhuma supera minha mania em te trazer pra perto.
Desculpa, oras. Não faço por mal.
Sabe, é doce te ver sorrir, não falo desses sorrisos cheios de dentes. Falo do sorriso que as tuas íris transmitem. Trás paz e uma vontadezinha incansável de te mimar e te cuidar pra sempre. Diga-se de passagem, é um belo sorriso aquele com dentes também, do tipo que amolece todinho o meu coração.
Af, é uma bela de uma droga o que tu faz comigo.
... como faz falta todos os teus risos. Dos mais escandalosos com ruídos engasgados aos mais singelos cantos da boca levantados. Principalmente aquele que acompanhado de um eu te amo quase no mudo, sussurrado, fazia o cantinho direito da tua boca subir num sorrir fechado que parecia querer dizer que todo nosso amor jamais iria embora de dentro de ti. Mas, ele foi não é? Nosso amor escapou...
Ué, é saudade o nome disso que o azul do mar me proporcionou?
Faz tanto tempo, não? Tanto tempo que não te vejo estampar um único sorriso. Não porque tu não sorri mais, nós é que não somos mais presença. Mesmo não tendo a sorte grande de espreitar um riso teu de canto, peço aos céus que tu esbanje muitos deles por aí, as pessoas precisam ver coisas maravilhosas como essas.
É engraçado, mas só de lembrar eu é que estou sorrindo.
... acho que, no fundo, não muito a fundo eu olharia pro teu olho como com facilidade encaro o olhar intenso do oceano. Não parece, mas teu olhar castanho, pra mim, é mais profundeza que os milhões de mistérios escondidos no mar.
Eu não sei o que seria do meu olhar ao encontrar o teu, nem de todo o resto de mim que habita esse corpo. O que eu faria com um coração açucarado quando a onda nervosa de te encarar levasse toda minha resistência de ti? Quem eu seria sem escudo e capacete diante do teu olhar carregado de munição? Diante da tua boca levemente curvada pra direita bem na minha frente...
Será que aquelas mesmas borboletas que me visitaram em outras primaveras surgiriam em pleno verão que tu me faz sentir? Talvez eu nunca saiba novamente, não é?
Tudo bem, me resta namorar o mar e abraçar as ondas, enquanto o meu olhar castanho se perde na busca pela tua distante imensidão.
- Gabrielle Roveda
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