E se, talvez, a gente enxergasse as coisas como são, sem complicar tanto?
E se ao invés de insistir em negar amor ao coração por medo das consequências da dor, o entregássemos sem dó?
E se o mundo fosse menos cheio de complexidades cafonas que infiltramos no dia a dia para fugir dos receios bobos que inventamos?
E se a gente pudesse realmente viver da essência do que somos sem seguir as regras idiotas que nossa mente babaca impõe?
E se amor não for tão romanticamente impossível e inalcançável quanto Shakespeare narra? E se não for tão decadente quanto Bukowski dita? E se for, apenas amor, afinal? Sem definições ou pré conceitos?
E se os sentimentos não dependessem de descrições e se mesclassem na importância do momento e não de fatos passados e comprovados? Seria diferente sentir? E se não houvesse nada pelo que se basear, você ainda sentiria, não sentiria?
E se os livros não criassem fantasias de uma vida maravilhosa onde heróis passam fome, mas no final sempre vencem? E se a televisão não implantasse a insatisfação de ser quem se é na pupila do seu olho inocente em cada novo take? Você ainda seria a mesma pessoa que é?
E se não houvessem regras delimitando o certo ou errado e unicamente, sem influências, fosse apenas seu cérebro quem decidisse o que melhor se aplica a você, ainda faria as mesmas escolhas?
E se a vida tomasse outro rumo, se não houvesse civilização e ética, já se perguntou quem seria você?
Se não fossem tantas burocracias criadas, tantas limitações exercidas por cérebros que se prendem a dogmas internos talvez não precisássemos lutar contra um eu aprisionado. Talvez pudéssemos provar o verdadeiro gosto da liberdade do ser.
Se mesmo falho, cada ser humano soubesse do seu lugar no universo, da sua pequena e infinita grandeza sem o valor da ignorância e do egoísmo, sendo realmente humanos de fato, a crueldade não seria bandeira hasteada.
Será que algum dia a gente ainda vai poder viver de essência?
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