Fatal.
Tu e essa minha mania idiota de te colocar no meio dos meus versos cafonas.
Tropeço naquele teu riso torto feito labirinto no caos de memórias tuas infiltradas no raso dos meus dias, polaroides impressas e penduradas num varal de fotografias oculares que faço questão de tentar não esquecer e quando vejo já te reconstruí em palavras sem nem me ater ao fato.
Palavras essas que por ti nem serão lidas.
Talvez por isso te faça poesia sem enrubescer as maças desse meu rosto pálido, sem inibir meu eu poeta.
Talvez por saber que minhas metáforas serão sempre indiferentes ao nu do teu olhar eu me faça ignorar um coração cinzento que sincroniza as batidas com o som da tua respiração sem nem querer.
Tu me é o inverso da inspiração, meu verso descrito em falhas.
Em ti desmancho melodias pautadas em autorias aclamadas pela minha vã infinidade de me prender à palavras medíocres que de tão boas me protegem das fugas.
Tu me transborda verbos em discordância, em ti tropeço nos meus versos anversos.
Entre rimas e nostalgias te crio presença pelas pálpebras fechadas das minhas noites de luar onde converso com a lua esperando que ela reflita como um espelho do horizonte teu rosto a sorrir outra vez pra mim.
Eu te peço insaciável e te afasto na defensiva, confundindo constelações ao exigir formas tuas que me guiem para bem longe da falta de reciprocidade que tu me trás.
Irônico tua falta ainda assim me ser presença.
Inevitável, eu diria.
Tu me é poesia sem nem me ser.
Sem se quer querer.
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