Começou com um arrepio. Um frio na barriga que se prolongou para a espinha, como quando algo pode dar errado e o medo surge percorrendo as sinapses e causando sensações estranhas.
Essa também foi estranha, mas não como a do medo.
Foi um arrepio gostoso, como se o geladinho que sobe pelo corpo tivesse construindo algo, algo que não era sobre fugir ou ficar alerta. Mas sobre borboletas que viriam a congelar em breve.
E construiu.
Construiu uma armadura de gelo, um pacote blindado para um órgão que bombeia calor.
E acho que no fim, foi sim sobre ficar alerta ou fugir.
Ou sobre não gostar muito de borboletas, talvez.
É que meu coração começou a gelar ainda com esse frio na barriga, Doutor.
E quando vi, já era tarde demais.
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