20 dezembro 2021

QUERIA QUE TU ME VISSE COMO EU TE VEJO

Leia escutando: Honey Bee - Blake Shelton
É que quando não consigo falar, escrevo

E te escrevo porque não sei como falar, nem de fato o que dizer ou se dizer.

Te escrevo como se por interferência do universo tu por acaso fosse aterrisar por aqui e me ler, sem pretensão nenhuma, e sem querer acabar por se encontrar nesses meus traços imperfeitos de uma arte milenar.

É que eu não sei o que é que tu faz comigo, eu sequer entendo qual é a dessas sensações confusas que geram picos de ansiedade sem o menor sentido só de cruzar meu olhar com o teu.

A gente é distância, um grande buraco oco sem fundo que eu não sei denominar com precisão. A gente é inconstância, na verdade, a gente nem de fato é "a gente". E mesmo assim tu me desmonta.

Queria que tu me visse como eu te vejo.

Queria que percebesse o quanto teu sorriso leve me desestrutura inteira e que por conta disso eu tenho que desviar o olhar.

Queria que notasse, nem que por miléssimos de segundos que meu olhar de canto não consegue desgrudar do teu eu sem sequer querer. 

É inevitável meu querer te perceber.

Me pego te detalhando em minúcias para que minha mente esquecida não te esqueça em detalhes. 

Eu sou poeta, minha tendência é reparar demais no que eu acho bonito, minha tendência é fazer arte com aquilo que meche comigo

Tu tão de longe já se fez por vezes constelação no meu céu noturno de insônias onde te traço em detalhes com os olhos fechados como se te fizesse presença por minutos tão curtos de uma sensação falha fruto da imaginação.

E tu não esteve aqui, talvez nunca esteja...

A verdade é que não sei como te dizer que meu interesse vai além desse teu sorriso que me acertou em cheio ou do som da tua voz meio rouca que me é melodia falada e eu gosto tanto de escutar. 

Queria que tu me visse como eu te vejo, sem esse grande buraco oco que separa minha vontade em te ter por perto, em te conhecer e reconhecer de mil maneiras. 

Talvez só eu te veja como vejo e tu jamais me veja de forma parecida. E a droga é que odeio ir contra o fluxo do que precisa fluir por conta.

Sabe, independente de quantas vezes mais vou poder te ver sorrir, tu me despertou poeta de novo e não tem como não ser grata por isso.

Teu sorrir me é elo de métricas ao conversar com meu eu.

Eu te queria próximo, um tempo ou outro, mas tanto faz, talvez teu feito seja ser feito arte para mim.

E tá tudo bem.

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