O céu estrelado esperava a lua em sua imponência entrar em palco enquanto eu, também espectadora, afundava meus pés descalços na areia macia a passos lentos e, bem... e te imaginava ali a beijar minha testa tal qual a noite beijava o mar.
É que, talvez, eu te quisesse perto o suficiente para dividir o momento que a lua subiu no horizonte se empoleirando entre as nuvens e deixando apenas partes da sua silhueta avermelhada livres para apreciação numa apresentação de tirar o fôlego.
É que, talvez, eu quissese tua mão entrelaçada na minha e as marcas dos teus pés descalços na areia escrevendo em conjunto uma história de outono sem expectativas frustradas sobre futuros quaisquer.
Talvez, mas só talvez, seria interessante te ter aqui comigo, a dividir um feriado qualquer numa praia um tanto deserta fantasiando amores a caminhar sem rumo e seguir a linha da maré sem ter certeza sobre nada.
Ou talvez, inconsequentes deixar de se importar com resfriados ou limites mentais e num lapso impulsivo se jogar no mar. Mergulhar na noite fria a procura de estrelas caídas entre a espuma do quebrar das ondas.
É, talvez, eu te queira aqui a preencher o som da maré com teu riso frouxo, teu corpo quente e teu papo furado sobre qualquer assunto irrelevante que eu gosto tanto de escutar até o sono me vencer e teu colo virar travesseiro num desses dias que não seja preciso trabalhar logo cedo.
É que a lua conversou comigo hoje e pediu para escrever sobre as coisas que não sei dizer.
Coisas essas que talvez nem deva dizer.
...Talvez.
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