Era quase meia-noite, a luz do abajur já tinha começado a fazer minha cabeça doer, meus olhos pesavam querendo descansar, mas eu insisti em abrir a saudade engaiolada em um site qualquer. Digitei aquelas letrinhas e com um clique estava eu na página onde eternizei meus momentos com você, a playlist automática começou a tocar e o assovio doce daquele cantor descontrolado me fez viajar para onde estava negando ir: até você.
Quis doer a falta que eu sinto aqui dentro, mas eu sorri. Sorri para todas milhões de lembranças que passaram num filme rápido em minha cabeça. Nossos pés na areia no fim de ano, a brisa morna do vento salgado da praia se chocando com nossos rostos, a lua sendo cúmplice do nosso romance. As mil vontades adolescentes de dominar o mundo antes dos 20 anos e todo o excesso sentimental que não sabíamos domar veio a tona.
Se eu pudesse reviver algum dos nossos momentos, reviveria nossas brigas. As mesmas que nos fazia ficar mais fortes dentro de um amor juvenil, as quais geravam dores e arrependimentos, mas no final maturidade para perdoar. Reviveria nosso amor inocente sem mudar uma vírgula, pois toda a pontuação errada é que o fez se tornar eterno dentro de mim.
Eu sinto sua falta, não me reprimo ao dizer. Sinto falta do garoto sonhador que eu tanto acreditei que iria longe, sinto falta da confiança louca que depositava nos meus desejos ainda mais malucos. Sinto falta da gente se descobrindo, inventando amor de conto-de-fadas numa vida totalmente real. Fomos loucos por sermos nós mesmos e seguirmos as próprias vontades enquanto o mundo vivia designado a todo tipo de coisa.
Sinto falta de quem eu era ao seu lado, antes dessa coisa toda de descobrir a responsabilidade de viver, antes de entender que o amor é mais complexo do que já pensamos que era. Sinto falta da garota hiper ciumenta, preocupada, cheia de afobações que já fui um dia. Agora tudo é tão pleno, tão calmaria que nem me lembro como é ser tempestade.
Hoje a nossa música tocou e eu lembrei o quão bom era te ouvir cantá-la entre um cafuné e um beijinho. Eu lembrei de você, como quem não quer nada e meu coração apertou um pouquinho se perguntando se ainda lembra de nós dois como eu.
Vou te contar um segredo, mas fica entre nós, coloquei para repetir nos fones de ouvido e dormi escutando as batidas do teu coração, tal como eu me lembro. Talvez ainda te encontre onde tudo é surreal como já fomos, talvez você resolva me visitar em sonhos.
- Gabrielle Roveda
OMG! De repente ela volta ja cheia dos sentimentos e com dois pes no peito. Que lindo Gabi! Se eu te dissesse que sonhos sao os lugares onde eu mato as saudades. E outra coisa que eu fiquei pensando enquanto te lia: como a gente se apega as musicas ne? Eu fiquei pensando isso, cada musica na minha playlist tem um significado. Ruim quando temos que ouvir musica que gostamos para evitar lembrar de quem nao queremos mais. Adoro os teus textos. Continue sempre. Beijos
ResponderExcluirBeca, ainda me derreto com os teus comentários! Sua linda!
ExcluirVerdade, músicas se tornam trilha sonora do nosso filme que é a vida, trazendo boas e más lembranças, mas nunca nos abandonando pra sempre.
Muito obrigada, de coração. E continuarei sempre escrevendo hahaha <3
"Fomos loucos por sermos nós mesmos e seguirmos as próprias vontades enquanto o mundo vivia designado a todo tipo de coisa."
ResponderExcluirIsso diz tanta coisa...
Gabrielle, você é incrível!!
Diz mesmo, parei para refletir melhor na minha própria frase! E diz muito!
ExcluirMuito obrigada, mesmo, mesmo, mesmo!
Não sabe como fico feliz em ler isso!!