É quase meia-noite e falta pouco tempo até o ano acabar e o relógio marcar 23:59 do último dia do calendário. Tempo em que se repara no tempo: perdido, aproveitado, deixado de lado, reclamado, tolerado, apressado. Tempo em que se fala de esperança como foi falado há cerca de trezentos e tantos dias atrás, onde tudo eram metas no papel que, talvez, hoje ainda nem tenham sido concluídas. Falamos de tempo quando nos falta o dito cujo, falamos de tempo quando achamos que o merecemos ter quando, na verdade, ele esteve ali o "tempo" todo e passou despercebido.
Acho irônica essa época do ano: parece que as pessoas ao invés de se desligarem para relaxar, se ligam. Apertam o botãozinho de "acordei para a vida" e descobrem que os dias todos que ficaram para trás não foram úteis para o que mais traria felicidade. Nos enchemos de esperança ao findar de um ano como se um milagre fosse resolver nossos problemas e esquecemos que para conseguir tudo aquilo que almejamos de barriga cheia é preciso muito esforço e uma dose grande de esperança contínua. Não basta almejar na empolgação do momento e deixar essa vontade para depois porque a desculpa, talvez, seja não ter tanto "tempo".
O fim é um clichê tão grande que chega a ser impossível fugir, não me remeto somente ao finalizar de um ano, mas generalizo. É ao fim de algo que passamos a reparar os meios, o que poderíamos ter feito melhor ou diferente, as coisas das quais gostaríamos de repetir. É ao fim que sentimos a saudade apertar, caímos na realidade, enxergamos o óbvio e transbordamos novas metas. Entretanto, já se perguntou por que mesmo tem que ser assim?
Nos foi dado a capacidade de decidir sobre nossos atos e isso quer dizer que nosso resultado é o espelho da forma como agimos. É tempo de pensar em não esquecer do tempo que nos é dado de presente para fazermos do nosso cronômetro, chamado vida, valer a pena. Não é só a hora de refazer aquelas metas que foram deixadas em outros dezembros e prometer, mais uma vez, cumprir todinhas. É hora de agarrar firme aquilo que te faz feliz até o fim e esquecer os contratempos.
É tempo de mostrar que se é capaz de lutar contra a rotina do mundo em prol da própria felicidade, tempo de treinar a memória e deixar de esquecer dos objetivos que te levam a se encher de esperança nessa época tão gostosa de vivenciar. É o momento exato onde se adota uma idealização própria e não se deixa a abandonar. É tempo de colocar a vida de volta a viver.
Recadinho de fim de ano:Sei que sou cheia de metáforas cafonas, mas quero entrar num grande clichê e desejar tudo de mais maravilhoso para vocês ainda nesse e no próximo ano, assim como na vida. Pulem sete ondas, cantem até não poder mais, se divirtam até cansar, mas não esqueçam de levar essa euforia toda de verão a verão. Obrigada por serem pacientes comigo e com minhas irresponsabilidades e distanciamentos, sou enormemente grata por cada leitor (inclusive os ocultos por aí), cada comentário, cada palavra de apoio e motivação. Vocês são demais e tem um lugar especial no meu coração!
Acho que como você disse, na empolgação de fim de ano as pessoas fazem metas, promessas e tudo mais. Quando outro ano se inicia, deixam isso de lado sem nem hesitar. Nem tentam e depois reclamam que o ano foi ruim. Ruim pra quem? Ruim por que?
ResponderExcluirVocê retratou o tempo nessa época de fim de ano de uma maneira muito legal nesse texto, parabéns.
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Exato, o ano, a vida, é tudo nosso. Se for mérito ou não, foi a gente quem decidiu. Não adianta reclamar no fim de tudo, se enquanto a oportunidade de fazer aquilo que queríamos estava ali e nem aproveitamos, né?
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